quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Ilusão"

“Uma vez eu tive uma ilusão
e não soube o que fazer,
não soube o que fazer...
Com ela,
não soube o que fazer...
...E ela se foi”.

Já não conseguia concentrar-se no trabalho quando a canção ecoou pelo saguão.
Pronto! Os questionamentos voltaram!
Pela primeira vez achava que a letra falava de si, como se alguém a cantarolasse ao pé de seu ouvido.
- “Você é muito especial, MAS...”
...escutara diversas vezes essa declaração e sentia um arrepio maior a cada uma delas.
O arrepio era de raiva.
A princípio pela consciência de que não era e não tinha nada de especial.
Além disso, já sabia o que viria seguindo o “MAS”.
A frase era uma farsa completa!

"Porque eu a deixei?

Por que eu a deixei?
Não sei...
Eu só sei que ela se foi”.

Reparou a última estrofe da canção e teve certeza de que alguém já havia pensado assim um dia...
Sentiu um orgulho dolorido neste momento, sem menção saudosista alguma, vale ressaltar.

***

Despertou-se.
Alguém chamava seu nome há algum tempo.
Uma música agitada espalhou-se pelo ambiente.
Desanuviou os pensamentos.
Voltou a trabalhar.

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