terça-feira, 24 de novembro de 2009

Do que a vida impõe...

Tinha sido uma semana bem difícil: a rotina exaustiva permanecera e intensificara; cenas que gostaria de não ter presenciado; despedida de um grande amigo e - a parte mais árdua - escolhas por fazer...

Era sempre missão de sofrimento optar por algo. Relutava, desconversava com o destino, tentava deixar pra lá, adiava, mas dessa vez não podia. Na verdade, o termo certo é não DEVIA! Já que, SIM, poderia postergar ou nem pensar na questão e simplesmente deixar a maré dar conta de tudo. Mas havia sentimento, ainda que não soubesse ao certo em que grau e seria, portanto, injusto a estadia sobre o muro. Injusto para ambos.

Optou pelo mais difícil.
Optou pelo silêncio do telefone;
Pelo fim das mensagens inesperadas;
Dos recados carinhosos;
Das horas de voz suave e de sotaque cantado que tanto gostava;
Da preocupação cotidiana com cada detalhe do dia;
Dos planos de férias, pós-formatura e futuro...

Por desejar estar ao lado sabendo que tão cedo não seria possível;
Por querer bem;
Finalmente, por sensatez...
Escolheu (Pasmem!) o que mais abominada e fazia tremer a sua espinha.
Escolheu a SOLIDÃO.
E, como esperava, isso só era justificável para si.


"As lágrimas são as últimas palavras quando o coração perde a voz.
A alma não teria arco-íris se os olhos não tivessem lágrimas "
John Vance Cheney

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Tempo?

Alguém me arruma um dia com 36h, por favor!!!!!



***
"Tempo, tempo,
mano velho,
falta um tanto ainda, eu sei,
pra você correr macio..."

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Palavras apenas?

Em meio à minha insônia dessa noite, fiquei pensando no poder que elas possuem e em como algo desenvolvido para facilitar a comunicação pode gerar tanta polêmica. Isso porque as palavras não existem sozinhas. Dependem do entendimento de quem as escuta, do momento em que são ditas, do tom com que saem das bocas, da combinação com outras palavras e poderia listar uma infinidade de condições para suas variações.

Por isso demandam cuidado.

As palavras podem mostrar-se insuficientes, poucas, na medida, demais ou exageradas. E dificilmente elas representarão exatamente o que você deseja. E daí surge o mal-entendido, o que causa dor, a discórdia, a mágoa...

Fui educada aprendendo a medir o que dizer, não a deixar de dizer, repito, a MEDIR o que dizer. Junto a essa lição, meus pais me ensinaram que existe jeito e hora certa pra expressar o que penso. Não acho isso ruim. Aprendi a dizer o que passa em minha cabeça fazendo o máximo para não magoar as pessoas ao meu redor - o que infelizmente, não quer dizer que nunca o tenha feito, tenho meus “ataques de sinceridade”. Mas me esforço e me sinto orgulhosa por isso.

Porém, das “lições de palavras”, CALAR talvez seja a que mais tenho absorvido nos últimos anos. O silêncio é a forma mais eficiente de falar sem ferir. Pode ser, e muitas vezes é, doloroso agüentar determinadas coisas sem revidar... Mas é a forma mais eficaz que encontrei para de deixar de ser egoísta e não machucar o outro [ou de ser egoísta e não querer soltar coisas das quais me arrependerei depois].

Acho importante que as pessoas digam o que pensam, principalmente por odiar ficar imaginando o que passa pela cabeça do outro – até porque minha imaginação trabalha arduamente nessa tarefa e chega a resultados mirabolantes. E não quero com esse texto encorajar vocês, meus amigos, a calar-se o tempo todo. Como disse no início, isso é só um desabafo de uma noite de pouco sono.

Já dizia a raposa ao conversar com o Pequeno Príncipe no jardim de rosas:



“A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.”
*****

Texto antigo, mas ainda acho válido.