quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Palavras apenas?

Em meio à minha insônia dessa noite, fiquei pensando no poder que elas possuem e em como algo desenvolvido para facilitar a comunicação pode gerar tanta polêmica. Isso porque as palavras não existem sozinhas. Dependem do entendimento de quem as escuta, do momento em que são ditas, do tom com que saem das bocas, da combinação com outras palavras e poderia listar uma infinidade de condições para suas variações.

Por isso demandam cuidado.

As palavras podem mostrar-se insuficientes, poucas, na medida, demais ou exageradas. E dificilmente elas representarão exatamente o que você deseja. E daí surge o mal-entendido, o que causa dor, a discórdia, a mágoa...

Fui educada aprendendo a medir o que dizer, não a deixar de dizer, repito, a MEDIR o que dizer. Junto a essa lição, meus pais me ensinaram que existe jeito e hora certa pra expressar o que penso. Não acho isso ruim. Aprendi a dizer o que passa em minha cabeça fazendo o máximo para não magoar as pessoas ao meu redor - o que infelizmente, não quer dizer que nunca o tenha feito, tenho meus “ataques de sinceridade”. Mas me esforço e me sinto orgulhosa por isso.

Porém, das “lições de palavras”, CALAR talvez seja a que mais tenho absorvido nos últimos anos. O silêncio é a forma mais eficiente de falar sem ferir. Pode ser, e muitas vezes é, doloroso agüentar determinadas coisas sem revidar... Mas é a forma mais eficaz que encontrei para de deixar de ser egoísta e não machucar o outro [ou de ser egoísta e não querer soltar coisas das quais me arrependerei depois].

Acho importante que as pessoas digam o que pensam, principalmente por odiar ficar imaginando o que passa pela cabeça do outro – até porque minha imaginação trabalha arduamente nessa tarefa e chega a resultados mirabolantes. E não quero com esse texto encorajar vocês, meus amigos, a calar-se o tempo todo. Como disse no início, isso é só um desabafo de uma noite de pouco sono.

Já dizia a raposa ao conversar com o Pequeno Príncipe no jardim de rosas:



“A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.”
*****

Texto antigo, mas ainda acho válido.

Um comentário:

  1. Só para constar: o agravo anda com problemas, eu escrevo quase diariamente e não atualiza, por aqui! hehe..logo, não confie nas atualizações do blogspot. Vá até lá! hehe

    Quanto ao teu texto, concordo. Concordo no sentido da confusão que pode criar uma ironia concisa não bem explicada ou "explicita" (embora a ironia só seja boa por não ser explicita, mas até explicar isso pras pessoas...demora²).
    Quanto ao silêncio, eu deveria praticar mais. Contudo, dizem que guardar sentimentos provoca ulcera. E puts, eu quero viver ate os 75, 80, para tentar até o fim ser Ministro do Supremo Tribunal Federal hahaha

    Saudades dos teus comentários e de te ver.
    Beijao

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